Assim que o visitante chega ao MAM-RJ, leva um choque. Foi assim que muita gente resumiu a abertura da exposição de Nuno Ramos, nessa terça-feira, com curadoria de Vanda Klabin. São só três obras, mas não precisaria de mais nada, já que as peças têm dimensões monumentais. Dois aviões parecem ter se embrenhado na copa de flamboyants ressecados. No andar de cima do museu, enormes esferas de terra cospem para fora imagens de um diálogo estranho, seguidas da projeção de um filme pornográfico, em que as falas são nomes de choros “Brasileirinho”, “Vibrações” e “Corta-Jaca”. Foram 30 homens para montar, um deles, engenheiro calculista. “Esse é o trabalho mais difícil que já fiz”, disse Nuno, recebendo muitos amigos, admirados com a grandiosidade da coisa. Enquanto isso, em São Paulo, um enorme viveiro de urubus é montado no vão central do pavilhão feito por Oscar Niemeyer, trabalho de Ramos na edição da Bienal que começa dia 25 de setembro.