A degustação é, digamos, uma arte. Aprende-se, e cada um de nós pode praticar.
Não precisamos ser nenhum expert para amar ou julgar a música; como também não é necessário ser capaz de pintar um quadro para admirar uma grande obra. O mesmo acontece com os vinhos: o mais importante é a sensibilidade.
Entretanto, a degustação exige um pouco de atenção, muita memória e prática.
E é uma escola de modéstia, pois temos que saber escutar. Entretanto, devemos ter a coragem para liberar nossas impressões, com as nossas próprias palavras. É um momento antiegoísta e que deve ser compartido.
A apreciação do vinho tem base na visão, no olfato, gosto, tato, visão e audição. Mas os amadores devem, principalmente, estar atentos à cor, à fruta, ao bouquet (reunião de aromas) e ao corpo (densidade).
Vamos à vaca fria. Com a taça nas mãos, é importante observá-la sob um fundo branco. Olhamos a intensidade e a tonalidade da cor. E ela muda de acordo com a idade do vinho; por exemplo, o tinto evolui da seguinte forma: azul-violeta, vermelho e amarelo-alaranjado. Além disso, um vinho bem feito é brilhante (especialmente os brancos) e límpido (se não for bem filtrado, será um pouco turvo). Aliás, um bom molho também segue essas características.
Com relação à auréola, nos tintos inclinamos e olhamos a espessura do disco alaranjado que se encontra na superfície. Isso reflete a idade e o potencial de envelhecimento.
As lágrimas (as gotas que escorrem pelas paredes da taça quando a giramos) indicam o índice de álcool: quanto mais grossas, maior a intensidade alcoólica.
O vinho pode desenvolver até setecentos (700) aromas: bons ou maus.
A degustação olfativa comporta duas etapas:
1) le 1er nez – sentimos o vinho sem mover a taça;
2) le 2ème nez – giramos a taça para liberar os aromas mais voláteis;
A partir daí, colocamos o nariz o mais próximo possível, sem encostar.
Dessa maneira, poderemos sentir dez classes de aromas: frutado, floral, vegetal, mineral, fermentado, animal, empireumático (tabaco, café, cacau), boisé (cedro, resina, pinheiro, etc.), químico e especiarias açucaradas.
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Saúde!
Drops Informativos:
Paris:
• La Taverne Henri IV, 13 place du Pont Neuf, Paris 1eme: ‘Tartines’, bons vinhos. Bela localização.
• Les Pipos, 2 rue de l’Ecole Polytechnique, Paris 5eme: um bistrô de velha escola no bairro latino.
• Le Sauvignon, 80 rue des Saint Pères, Paris 7eme: bom pão da famosa confeitaria Poilâne, fotografias de famosos em ambiente acolhedor que lembra a década de 60.
• Le Chai 33, 33 rue Saint-Emilion, Paris 12eme: ambiente relaxado num bairro que até há pouco tempo era peatonal.
• Chez Grisette, 14 rue Houdon, Paris 18eme: o menos turístico e mais parisiense de todos. Não é muito cêntrico.
Hot tip: O Chateau oferece cartas de vinho a particulares ou grupos a partir de 39 euros por 90 minutos (o-chateau.com).
Agradecimento: Anouk de Thuin