Por volta das 15h15 da tarde desta segunda-feira, a estilista Lucinha K. (sobrenome retirado a pedido da vítima, por medo de represálias. Chegamos a esse ponto) parou ao lado do Hipódromo, na Praça Santos Dumont, para cumprimentar duas amigas, depois de ter saído há poucos minutos da agência do Banco Itaú, do Shopping da Gávea. De repente, um sujeito apareceu, sacou uma enorme pistola e mirou na altura do umbigo de Lucinha, dizendo: “Passa a bolsa, ou eu atiro”. As amigas correram a pedir socorro, enquanto K. gritava sem parar. O assaltante começou a arrastá-la pela calçada tentando arrancar à força a bolsa, que ela não largava de jeito nenhum. Olha na foto o estado em que ficaram suas pernas. A salvação foi que, enquanto isso, um dos garçons do bar berrava: “Polícia, polícia, polícia”. O bandido desistiu e pulou na garupa da moto que o aguardava. Na hora, ali, surgiram mil histórias dos assaltos frequentes no bairro, logo depois de moradores sacarem dinheiro nas agências do Bradesco, Real e Itaú, todos na Marquês de São Vicente. Natalino, que trabalha no curso de idiomas Wizard, na mesma rua, foi assaltado há mais ou menos duas semanas e levaram os R$ 4.000 que ele acabara de receber do caixa. Fernando Ferreira, que trabalha no Ballet Dalal Achcar, na Rua dos Oitis, também foi assaltado há mais de um mês, perto do Braseiro, famoso restaurante local. Entre tantas outras histórias. A Gávea, bairro tão falado pelo charme, pelo verde, pelos moradores, está ganhando outra fama: pela bandidagem. Esses e outros casos têm Boletim de Ocorrência na 15ª DP. Depois dessa selvageria, para se acalmar, a estilista vai precisar ouvir muita música clássica, regida por seu padrasto, um famosíssimo maestro.