A notícia de exumação do corpo de João Goulart por decisão da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e do Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul, divulgada em toda a imprensa nessa quinta-feira (02/05), pegou desprevenida até a família do ex-Presidente da República, que morreu de ataque cardíaco em 6 de dezembro de 1976, durante exílio na Argentina.
Maria Thereza Goulart, viúva do político – que mora em Porto Alegre (RS) -, comenta o caso: “Depois de tantos anos, revolver isso é muito doloroso; nem me fale uma coisa dessas. Nunca imaginei ver algo assim acontecer. Sempre achei que meu marido morreu de forma natural, mas, depois de anos de falatório, nosso pensamento vai se transformando e, agora, já tenho dúvidas se Jango teria morrido mesmo de enfarte”, diz a ex-mulher de João Goulart, que afirma ainda que seu marido estava muito bem à época. A exumação deve acontecer nos próximos três meses e será acompanhada por peritos argentinos e uruguaios.
Desde 2007, existe um inquérito na Procuradoria da República pedindo investigação sobre as causas da morte de João Goulart que, segundo suspeitas daqui e dali, pode ter sido envenenado com cápsulas disfarçadas em seu frasco de medicamentos.
Maria Thereza finaliza: “Foi tanta maldade que fizeram com ele, já sofremos tanto que, se isso for verdade, é o encerramento dessa história, que passa a ser ainda mais triste do que já é.” – finaliza.