Quando subir ao palco Sunset do Rock in Rio nesta sexta (22/09), às 18h, Elba Ramalho estará fazendo seu quinto show no festival, desde 1985. Já na primeira edição, Elba provou que rock é atitude, com muitos forrós, frevos e até o samba “Vai Passar”, de Chico Buarque, no repertório. A cantora retorna, agora, para se apresentar com Alceu Valença e Geraldo Azevedo, companheiros no show “Grande Encontro”, em cartaz há 20 anos. Desde que começou, na década de 90, o espetáculo – que contou, no início, com Zé Ramalho – cruzou quase o país inteiro e vem atraindo o público fã da eletricidade que a música nordestina trouxe para a MPB.
Elba, que já foi conhecida por ter muitos namorados, hoje concentra toda sua energia, que não é pouca, no trabalho artístico, na devoção à religião católica e na educação das filhas Maria Esperança e Maria Clara Lops e Maria Paula Ramalho, que foram por ela adotadas. Luã Mattar, seu filho com o cantor Maurício Mattar, hoje tem 30 anos e está à frente do estúdio de gravação Gigante de Pedra, que funciona na casa de Elba, no Joá.
Já é a quinta vez que você participa do Rock in Rio, o que te dá mais prazer em participar desse festival?
“Felizmente tenho vários motivos para ficar contente com o Rock in Rio. Tive a honra de participar das três primeiras edições, que foram históricas, e que marcaram a nossa música. Seguir participando desde 1985 é sinal de que construí uma carreira sólida e que tenho uma bela trajetória musical. Desde a primeiríssima edição, o festival tem essa diversidade de ritmos, e me orgulho de representar as raízes nordestinas. A celebração da música sempre deveria ser motivo de festa”.
Você já disse que agora tem mais sabedoria e serenidade. No seu dia a dia, como isso se reflete?
“Aprender faz parte da nossa evolução. O tempo nos traz sabedoria e a serenidade vem pelo conhecimento. Tenho três filhas adolescentes e acredito que, hoje em dia, eu esteja muito mais preparada para lidar com os desafios diários dos nossos dias. Vivemos um momento delicado, que exige muita atenção por parte dos pais”.
Ainda existe preconceito no país em relação a crianças adotadas?
“Infelizmente, ainda existe, sim. Os meios de comunicação e a modernidade da nossa sociedade ajudaram muito a esclarecer e derrubar preconceitos. Insisto muito em dizer que adotar muda radicalmente a vida das pessoas: definitivamente, muda para melhor”.
Como se cuida para manter tanta vitalidade? Dá alguma atenção especial às suas pernas, tão elogiadas? Faz muitos tratamentos estéticos?
“Certamente tenho uma boa genética, procuro ter uma alimentação muito saudável e faço exercícios regularmente. Tenho um ritmo de trabalho muito intenso, os shows por si, já são uma malhação para as minhas pernas. Já fui mais preocupada com estética, hoje em dia tomo muito cuidado com sol e foco muito mais na alimentação”.
O que mudou na sua carreira com o fim da influência das grandes gravadoras?
“Muita coisa mudou, as gravadores praticamente faliram. O mercado mudou, a forma de se comunicar mudou, a forma de fazer música mudou. Meus shows sempre foram uma prioridade na minha carreira e, felizmente, sigo trabalhando muito”.
Como você tenta proteger seus filhos e a você mesma numa cidade insegura como o Rio?
“É uma pergunta muito difícil, tomo as precauções normais, mas rezo muito. Peço muito a Deus pela minha família e por todos, que tenhamos paz nas nossas vidas”.