As maiores estrelas da medicina carioca fazem parte da equipe do Copa Star (na Figueiredo Magalhães, em Copacabana), hospital mais exclusivo e elegante do Rio – melhor do que muito hotel. Vários deles estão, no mínimo, inquietos, supondo que, com a prisão do ex-secretário de Saúde, o ortopedista Sergio Côrtes, diretor do Copa Star, na Operação “Fatura Exposta”, iniciada na manhã desta terça-feira (11/04), alguma coisa possa mudar por ali, onde tudo funciona com a maior eficiência. Não necessariamente – como exemplo, pode ser citado o restaurante Mr. Lam, no Jardim Botânico, que vem bombando talvez ainda mais desde a prisão do dono, Eike Batista.
Sobre Côrtes: ele é acusado de participar de fraude com as regras de importação de equipamentos médicos. Também foram presos os empresários Miguel Iskin, presidente da Oscar Iskin, e seu sócio Gustavo Estellita Cavalcanti Pessoa.
Segundo o Ministério Público Federal, Sérgio Côrtes, vice-presidente da rede e ex-secretário de Saúde, pagou 300 mil reais provenientes do grupo D’Or para Francisco de Assis Neto.
Conhecido também como Kiko, ele trabalhou como assessor de Sérgio Cabral e foi preso no dia 3 de fevereiro.
“…foram apreendidos documentos com centenas de anotações e registros de contabilidade paralela da ORCRIM na residência de Luiz Carlos Bezerra. Nas anotações consta que Sérgio Côrtes teria pago R$ 300.000,00, provenientes da Rede D’Or, da qual é Vice-Presidente, a Francisco de Assis Neto (“Kiko” ou “Zambi”), proprietário da empresa Corcovado Comunicações Ltda, atualmente preso em decorrência da denominada Operação Calicute”, diz trecho do documento do MPF. Radaronline , da Veja
As licenças da obra do Copa Star são recheadas de mistérios. Seria importantíssimo que a imprensa ajudasse os cidadãos contribuintes “normais” na apuração de algumas questões. Exemplo: por força da Lei n º 1390/1989 (que criou a área de Proteção Ambiental do Bairro Peixoto) o gabarito prevê uma altura máxima para novas edificações de 15 metros. Porém, em 2015, houve uma estranha concessão (ou privilégio), permitindo que o hospital (ainda em construção) erguesse mais 6 metros. Usaram como base legal a “Lei do Mais Valia”, só que essa não é válida para novas construções na Zona Sul e só tem adequação para ampliações horizontais nas coberturas (artigo 1º. da Lei Municipal 99/2009), e não verticais, como foi o caso. Fato que nos pareceu uma aberração legal. Tanto que é objeto de representação no Ministério Público, processo MA 8368 – 4ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural da Capital, atendendo aos pedidos da associação de moradores. Segundo pudemos apurar no processo, foram pagos quase R$ 10 milhões para esta “concessão”, sendo que só R$ 1.200.000,00 aparecem discriminados como contrapartidas ambientais (nenhuma para a área diretamente afetada). Continuamos confiando no MP, mas gostaríamos de uma ajuda da imprensa na apuração desses, até então, soturnos fatos.