Se a crise atingiu até a Toia Lemann (filha de Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil) dizer o quê? A empresária fechou, nessa sexta (07/07), a loja Fe-lis, em Ipanema, em sociedade com Fernanda Elisa, marca que surgiu com a proposta de fazer uma roupa “macia, solta, gostosa e mutante”. As duas começaram a grife em 2015, num atelier do Leblon, para só abrirem a loja física em outubro do ano passado. Toia, que é psicanalista de formação, pretende continuar na moda.
O que pesou mais na sua decisão de fechar a loja?
“Fernanda e eu somos amigas, temos muitas afinidades de estilo, mas cada uma queria um caminho diferente. Ela segue em Belo Horizonte, no atacado. Eu sigo na moda, mas ainda é surpresa, ainda estou elaborando, é um voo solo”.
A carioca está mais econômica para se vestir?
“Sim, acho que a carioca está mais econômica, sim, todo mundo está percebendo isso, a crise está aí para todos”.
Até pra você, filha do Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil?
“A crise chegou para todos, percebi diretamente, sem falar na insegurança e até na depressão”.
Você pretende continuar com a proposta de uma moda mais confortável?
“Sim, pretendo, o DNA permanece o mesmo. Mas não vou ficar restrita à malha de algodão tingida, vou trabalhar também com outros tecidos”.
Você tem intenção de ir para outro Estado ou acha que sua moda tem mais a ver com o Rio?
“Vou começar no Rio, testando, para sentir a aceitação primeiro. Elegância e conforto chegaram para ficar, é uma associação conquistada, não volta mais”.
Ser filha de quem é mais atrapalha ou ajuda nos negócios?
“Mais ajuda, tenho um bom modelo em casa, bons conselhos e tenho uma visibilidade que aprendi. Pode ser ruim, mas pode ser bom. Se fizer besteira chama muito a atenção”.
Como você sente a situação do país atualmente?
“Está tudo muito instável e preocupante, pode até parecer maluquice empreender neste momento, mas defendo seguir tentando. Como todos sabemos, a própria crise gera oportunidade e tem gente boa sobrando no mercado. É um momento de insegurança, mas também de oportunidade”.
E o Rio do Pezão e do Crivella ?
“O Rio deu uma piorada grande, está um verdadeiro desmando. A cidade está falida e isso piora pra todo mundo, mas apesar de tudo eu acho que tem de seguir adiante, não devemos sucumbir. Está todo mundo sofrendo de todas as maneiras”.
Desejo boa sorte!