Um dos criadores do Cinema Novo, movimento decisivo da filmografia nacional, Cacá Diegues foi autor, à época, de trabalhos inspirados em utopias, tanto para o nosso país quanto fora dele. Mas mesmo com uma câmera na mão e muitos sonhos na cabeça, ele nunca perdeu o pé na facilidade de comunicação com o povo.
Seus filmes sempre tiveram sucesso de bilheteria, como “Xica da Silva”, “Chuvas de Verão”, “Bye Bye Brasil” e “Tieta do Agreste”, entre outros. Alagoano criado no Rio desde os seis anos, amigo de meninos do Morro Dona Marta na infância, Cacá sempre procurou se renovar. Foi ele quem criou a expressão patrulhas ideológicas, num momento de aversão a setores da crítica, que desqualificavam produtos culturais que fugiam a determinados parâmetros do que se entendia por esquerda política ortodoxa.
Consagrado no exterior, com seu trabalho mostrado nos principais festivais internacionais, o diretor foi jurado em Cannes e é membro da Cinemateca Francesa. Aos 74 anos, acaba de publicar sua autobiografia e se prepara para rodar seu 21º longa, “O Grande Circo Místico”, com Vincent Cassel e Jesuíta Barbosa.
Viúvo de Nara Leão e casado com a produtora Renata Almeida Magalhães desde 1981, Cacá se voltou para estimular os jovens realizadores da periferia, produzindo “5xFavela, agora por nós mesmos” (2010) e “5x Pacificação” (2012). Em vez de temer as novas tecnologias, Cacá aposta num cinema mais democrático no conteúdo e na estética. É ético, é humano, é sincero, é o que dizem os seus amigos. No Brasil – principalmente – ou em qualquer lugar, isso não é pouca coisa.
UMA LOUCURA: “Loucura é fazer cinema.”
UMA ROUBADA: “Fazer cinema no Brasil é uma roubada.”
UMA IDEIA FIXA: “O próximo filme.”
UM PORRE: “O maior porre é ouvir mentiras de candidatos.”
UMA FRUSTRAÇÃO: “O Brasil não ser o que eu queria que ele fosse.”
UM APAGÃO: “Só na morte.”
UMA SÍNDROME: “Me empenhar por qualidade de vida. Pra isso, faço aeróbica todo dia e pilates duas vezes por semana, não como doces nem massas e bebo muito pouco.”
UM MEDO: “De perder a qualidade de vida. Da morte, não tenho medo. Como diz Gilberto Gil, minha morte será um problema para os outros e não para mim; tenho medo, isso sim, é de perder a qualidade de vida e vegetar por aí, dando trabalho aos outros.”
UM DEFEITO: “Teimosia.”
UM DESPRAZER: “Desprazer é ser tratado como teimoso durante a fabricação de um filme; ouço todo mundo à minha volta, mas as decisões são sempre minhas; às vezes, desagrado quem trabalha comigo e me chamam de teimoso.”
UM INSUCESSO: “Só a morte é um insucesso definitivo.”
UM IMPULSO: “Estou com impulso de não votar esse ano em ninguém.”
UMA PARANOIA: “Acho que nenhuma.”
Desta vez o Cacá Diegues é superficial e não assume o verdadeiro sentimento com relação à sua fala.
Parece que o velho mestre está apático e sem energia de antes.Mas devem ser os sintomas da idade. Ninguém é de farro e chegar vivo a uma idade além da média, já é algo para se gabar.
Viva mais tempo para nos dar obras primas da cinematografia nacional. Um admirador.
Eu vou votar no Eduardo Jorje. Estamos numa democracia e no Brasil o voto é obrigatorio, cada um vota em quem quiser, sem baixarias, como tem acontecido na Net. O Caca esta descumprindo c uma obrigação dele.