A partida dos grandes homens deveria deixar atrás de si momentos de reflexão – sempre deixa, pena que tão efêmeros. Oscar Niemeyer, que morreu nessa quarta-feira (05/12), no Rio, mais que o maior arquiteto do Brasil e um dos maiores do mundo, era humano – esse era seu principal traço.
Políticos, ministros, intelectuais, artistas… estão lamentando sua morte; em vez disso ou além disso, poderiam puxar pra si mesmos essa “herança” do arquiteto: a gentileza, sempre citada por ele. Um homem gentil jamais vai ser corrupto ou insensível, um homem gentil jamais vai deixar de pensar no próximo, um homem gentil jamais vai prejudicar alguém… Niemeyer não falava apenas dessa gentileza obrigatória do cotidiano, para uma convivência mais civilizada, de jeito nenhum! – era muito mais que isso.
Durante entrevista pelos seus 100 anos, quando o jornalista Geneton Moraes Neto perguntou-lhe como definiria a vida em uma só palavra, o grande arquiteto respondeu: “Solidariedade”, item importante e cada vez menos percebido entre as pessoas. Uns são mestres da arquitetura; outros, do esporte; outros, da literatura; cada um com o seu dom. A solidariedade, porém, pode estar no espírito de todo mundo, independentemente da profissão ou da classe social. Uma das maiores diferenças entre Niemeyer e a grande maioria era que ele enxergava o outro, fosse quem fosse.
Até meados deste ano, ou seja, há menos de seis meses, Niemeyer ainda frequentava eventos, como mostram essas fotos, feitas no dia 27 de junho, no lançamento da 12ª edição da revista Nosso Caminho, na loja H.Stern de Ipanema. O arquiteto integrava o conselho editorial da publicação. À época, sobre sua participação na revista, ele disse, modesto: “A revista é da minha mulher (Vera Lúcia), eu só a ajudo. É muito bem feita e, nesta edição, homenageamos um dos maiores artistas brasileiros: Cândido Portinari“.
Cheguei a entrevistá-lo…tranquilo…analítico…sensato…mui inteligente…observador à todos…aprendi com suas palavras…Boa viagem,caro amigo.
um exemplo a ser seguido, amor total e incondicional ao trabalho!!!
Caríssimo Oscar, vá em paz para o encontro do nosso colega Lucio Costa, para juntos poderem tornar ainda mais harmoniozas as linhas do Paraíso que o aguarda! Até breve!
Caríssimo Oscar, vá em paz ao encontro do nosso colega Lúcio Costa, para juntos voces poderem tornarem ainda mais harmoniosas as belezas do Paraíso que o aguarda! Boa viagem!
Tá certo. É um ícone da arquitetura mundial. Conseguiu viver até 104 mas quem já esteve em Brasília e teve que se deslocar de um lugar a outro caminhando como eu já tive, sentiu que a arquitetura do Niemeyer tinha o intuito de apenas encantar o seu visual.
Na prática, ou seja, o uso do dia-a-dia sua arquitetura não contempla que também existe um elemento básico e principal que é o Ser Humano. Tudo foi feito para que os deslocamentos fossem feitos de carro ou ônibus. Mesmo assim o que mais falta hoje em Brasília é vaga de estacionamento.
Talvez o grande segredo desse trabalho ainda esteja para ser desvendado.
Caro Francisco Costa Jr., como bom Comunista e Ateu este genial Oscar nunca acreditou em paraíso, portanto na concepção dele próprio creio eu que ele ficará bem onde quer que ele esteja agora.